O conceito da agricultura convencional iniciou-se em meados da década de 60, com a difusão da “Revolução Verde”. Nesse período estabeleceu-se no Brasil, um modelo agrícola que visa a maior produtividade e maximização de lucros com a utilização de insumos externos, ou seja, sendo pautada em recursos tecnológicos como máquinas agrícolas, sementes geneticamente modificadas e agroquímicos.
Tal sistema também é associado a ideia do aumento da produção de alimentos a fim de acompanhar o crescimento populacional acelerado e, com isso introduziu-se o princípio de propriedades de larga escala. As bases principais do sistemas convencional são:
Máquinas agrícolas:
Nesse tipo de sistema, geralmente é utilizada a combinação entre aração (arado de disco) e duas gradagens (EMBRAPA, 2008). O intuito é fazer o preparo do solo, reduzir as plantas invasoras e até descompactação superficial criando assim condições favoráveis para a cultura subsequente. Máquinas de semeadura e implementos, como arado de aivecas, são empregados para aplicação e incorporação de produtos, como defensivos, fertilizantes e corretivos.
Importante ressaltar, que o uso contínuo de equipamentos como arado de disco e gradagem podem ocasionar a compactação do solo logo, modificar anualmente a profundidade de preparo do terreno e observar as condições de umidade são alternativas para diminuir esse problema (EMBRAPA, 2008). O arado estratificador é um exemplo de máquina utilizado nesse sistema que tem como objetivo a descompactação.
Agroquímicos:
Fertilizantes: intuito de prover ao solo nutrientes mais rapidamente e com maior biodisponibilidade. Ex: NPK, uréia e adubos nitrogenados.
Corretivos: são utilizados produtos para corrigir acidez, toxicidade ou alterar a biodisponibilidade de algum nutriente. Ex: calagem, na qual é utilizado cal (ou misturas com hidróxidos) a fim de neutralizar um pH ácido no solo.
Defensivos Agrícolas: Popularmente conhecidos como agrotóxicos, e possui o papel de combater insetos e pragas que possam vir a destruir a plantação, eliminar fungos e plantas invasoras. Ressalta-se que para utilização e compra desses produtos é necessário a prescrição de um engenheiro agrônomo.
Sementes geneticamente modificadas:
Conhecidos também como transgênicos, tem a função de deixar a planta mais resistente ao ataque de pragas, doenças, seca e também à agrotóxicos.
Segundo Mangabeira et al (2008), a insustentabilidade da agricultura convencional se dá por três vias: social, ambiental e econômica. Sendo observada com o aprofundamento das desigualdades, impactos ambientais negativos ocasionados por desmatamentos continuados, o uso abusivo de insumos agroquímicos gerando tanto contaminações dos recursos naturais quanto o aumento dos custos de produção.
Em suma, a agricultura convencional é marcada pelo emprego de recursos não renováveis, podendo ter o aumento da produtividade inicialmente, no entanto a longo prazo é passível de danos ambientais caso tenha-se o uso excessivo de insumos agrícolas como fertilizantes e agrotóxicos afetando lençóis freáticos, solos, rios e populações.
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